O 3º HOMEM MAIS RICO DO BRASIL: JORGE PAULO LEMANN
27/01/2011 11:44
Simples e comunicativo, o jovem senhor que nesta quarta feira, à tarde ocupava uma das quadras do Clube Bahiano de Tenis era o não menos famoso Jorge Paulo Lemann. Que vem a ser um dos donos da Anheuser-Busch InBev, Lojas Americanas, Blockbuster, Grupo B2W e da São Carlos Empreendimentos Imobiliários, sendo na lista da Forbes um dos mais ricos do Brasil e entre os 100 do mundo. Relembrou o antigo companheiro de duplas, Sam Walton, fundador do Wal-Mart, ao trocar boas bolas com o baiano Duda Catharino, seu anfitrião. Lemann foi Campeão Brasileiro Juvenil-1957, Campeão Carioca dezessete vezes-1963/84, Campeão Brasileiro de Adultos cinco vezes-1967/76, Campeão Mundial 45 anos e duas vezes Campeão Mundial 50 anos-1986/1993, além de representante do Brasil na Copa Davis de Tenis em 1962.
O LEGADO DE LEMANN
A saga empreendedora de Lemann começa em 1971, com a compra de uma pequena corretora de valores chamada Garantia, que intermediava operações de compra e venda de papéis financeiros para clientes no Rio de Janeiro. Um negócio semelhante ao que ele conhecera nos anos anteriores, como funcionário da corretora Invesco, que faliu em 1966, e da Libra, onde ficou até comprar a Garantia. Já nos primeiros anos, Lemann estabeleceu contato com o banco Goldman Sachs, que usava a corretora para intermediar a maior parte de seus negócios no Brasil. Aos poucos, passou a mandar gente para treinamentos e para estágios no banco americano. O Goldman era pequeno àquela altura, mas já tinha desenvolvido uma cultura baseada em atrair gente boa, remunerar bem as pessoas, avaliá-las e transformá-las em sócias. Exposto a essa cultura, Jorge Paulo vislumbrou o modelo de negócio que, acreditava ele, lhe daria vantagem no mercado brasileiro.
Em 1976, com cinco anos bem vividos no mercado, a corretora Garantia foi procurada pelo JP Morgan, maior banco do mundo em capitalização naquela época. O Morgan queria fazer um banco de investimento no Brasil em parceria com Lemann. Quando, porém, as conversas estavam perto de um desfecho, o brasileiro voltou atrás. Trocou a promessa de um futuro precocemente assegurado pelo direito de permanecer no comando de seu negócio. Injetou capital próprio na firma, obteve uma carta patente e criou o Banco Garantia. Lemann considera esta a decisão mais importante e difícil que tomou em sua longa carreira.
Àquela altura, ele já tinha a seu lado os homens que se tornariam seus mosqueteiros na arena dos negócios, ambos cariocas como Lemann. Marcel Telles fora admitido na corretora Garantia em 1972, aos 22 anos. Até então, tinha quatro anos de experiência no mercado financeiro, parte dos quais dedicados à enfadonha tarefa de conferir boletos de compra de ações para o corretor carioca Marcelo Leite Barbosa, entre meia-noite e 6 da manhã. Marcel foi indicado por amigos a Luiz Cezar Fernandes, um dos sócios fundadores do Garantia, que decidiu colocá-lo à prova. Em vez de atender aos anseios do economista recém-formado, que queria ser operador no rentável open market (onde eram negociados títulos de dívida pública), Luiz Cezar ofereceu-lhe uma vaga de liquidante - uma espécie de office boy das corretoras pré-informática, encarregado de transportar títulos e comprovantes das operações realizadas. Três meses gastando a sola dos sapatos, porém, foram suficientes para lhe franquear acesso ao almejado posto de operador.
Em 1976, a corretora Garantia esteve perto de se unir ao JP Morgan. Lemann preferiu abrir seu banco sozinho - e considera esta a decisão mais difícil que tomou até hoje |